Os saberes da produção de cerâmica no território indígena Xakriabá são passados de geração para geração, portanto para eles, as criações indígenas nasceram de um conhecimento coletivo e ancestral e não pertencem ao artista, mas ao seu povo. 

Escala de produção da cerâmica é pequena e feita de forma sustentável, respeitando os ciclos da natureza. O momento certo de coletar o barro, é muito importante para garantir que a terra não esteja “fraca”. O ideal é que seja coletada na lua crescente e na lua cheia ou após os 3 primeiros dias da lua nova. A “época do broto” também deve ser respeitada, quando as primeiras chuvas molham a terra e dela rebrotam as árvores. 

Recentemente estas técnicas tradicionais têm sido revisitadas pelo Nei Leite Xakriabá, graduado em educação indígena pela UFMG, que acredita na arte como ferramenta para levar informação sobre a cultura para fora do território. Ele aprendeu a modelagem com sua mãe Dalzira, produz junto com sua esposa Ivanir, e ensina a arte da cerâmica como alternativa de renda para os mais jovens continuarem morando no próprio território, junto com a família e dando continuidade à cultura do povo Xakriabá.